Ainda falta um longo caminho para a Alemanha buscar seu quarto título mundial na África do Sul 2010, mas não há como não se impressionar com o desempenho da equipe de Joachim Löw na fase eliminatória da Copa do Mundo até aqui.

Depois de terem eliminado a Inglaterra numa goleada por 4 a 1 nas oitavas de final, os alemães tiveram pela frente mais um adversário de peso neste sábado e foram igualmente convincentes. Thomas Müller abriu o caminho logo no início e, no segundo tempo, Miroslav Klose marcou duas vezes – para chegar a seu 14º gol em Mundiais, um a menos do que o recordista Ronaldo - e Arne Friedrich fecharam uma vitória histórica por 4 a 0, que coloca os alemães em sua terceira semifinal seguida de Copa do Mundo da FIFA.
Se há algo a se lamentar de resultado tão histórico foi o segundo cartão amarelo para Müller. O meia, que, assim como Klose, se juntou à longa lista de artilheiros da Copa, não disputará a partida da quarta-feira, dia 7, em Durban, diante do ganhador da disputa desta noite entre Espanha e Paraguai.

Depois de terem assistido à apresentação alemã nas oitavas de final diante da Inglaterra, era de se esperar que os argentinos estivessem preocupados com a velocidade dos contra-ataques puxado pelo trio Thomas Müller-Mesut Özil-Lukas Podolski. Não podia ter sido pior, então, a situação que já se deu aos três minutos: cobrança de falta de Bastian Schweinsteiger para a área e, de cabeça, Müller desviou de leve, para tirar do goleiro Sergio Romero. Mal o jogo começava e os alemães já tinham a vantagem no placar que lhes dava liberdade para aproveitar os contra-ataques.

E, de fato, foi o que se viu: nos seguintes 20 minutos de jogos, os sul-americanos se mostraram completamente perdidos em campo e envolvidos pela habilidade dos alemães do meio-campo para a frente. Miroslav Klose foi quem teve a chance mais clara de aumentar o placar, aos 24 minutos, quando, sozinho, bateu por cima do travessão.

A partir daquele lance, então, o jogo se assentou – o que significou a Argentina com mais posse de bola e tranqüilidade, pouco a pouco tomando conta da partida. Foram poucos os lances de real perigo, mas ao menos já começava a se desenhar a tônica que marcaria o início da segunda parte: argentinos no ataque e alemães, mais acuados, esperando o momento para contra-atacar.

Na medida em que o tempo passava, ficava claro que algum gol ainda sairia: ou o empate argentino – que esteve próximo, em oportunidades de Ángel Di Maria e Gonzalo Higuaín – ou o segundo da Alemanha. Com a efetividade que tem mostrado desde o início do Mundial, os alemães resolveram a parada, aproveitando-se do espaços deixados na defesa da Albiceleste.

Primeiro foi uma jogada rápida pela esquerda, em que Müller aproveitou falha da defesa, serviu Podolski e este chegou até a boca do gol para tocar para Klose, livre e sem goleiro. Era o 2 a 0 que desestabilizava de vez os argentinos aos 23 minutos e que abria o placar para aquilo que começava a se tornar uma vitória histórica, com o terceiro gol seis minutos depois, em jogada de Schweinsteiger também pela esquerda, que quem completou para o gol vazio foi Arne Friedrich. E, incrivelmente, ainda havia mais. O resultado já assustador ganhou um traço a mais de histórico quando Klose anotou seu segundo gol do dia e, com isso, se igualou a Gerd Müller com 14 gols em Mundiais – um a menos do que o recordista, Ronaldo. Como na Alemanha quatro anos atrás, a campanha argentina acabou diante dos alemães nas quartas de final. Dessa vez, porém, com hecatombe e diante de uma equipe que dá pinta de ser a sensação do torneio.