A Espanha está nas
quartas de final da Copa do Mundo da FIFA depois de vencer Portugal, por
1 a 0, no derradeiro jogo das oitavas, disputado no Estádio Green
Point, na Cidade do Cabo. A seleção lusa sai da África do Sul com
apenas um gol sofrido em quatro jogos. O suficiente para acabar com o
sonho do título mundial, mesmo que o goleiro Eduardo tenha sido um
verdadeiro gigante que tudo fez para transformar o Cabo das Tormentas na
Boa Esperança lusitana.
Não lhe chamam La
Furia por acaso. A Espanha entrou no Estádio Green Point com gana
de ganhar, pela primeira vez, a defesa portuguesa e não esteve longe de
o conseguir. Só tinham passado 61 segundos de jogo e já Fernando Torres
disparava um míssil de fora da área que só um voo perfeito de Eduardo conseguiu travar.
A
defesa lusa demorou a encaixar no forte ataque espanhol, mas sempre foi
preciso lá estava a derradeira barreira lusitana. Aos dois e sete
minutos, a Cidade do cabo assistiu aos primeiros capítulos de um duelo
muito especial. David Villa, que quer ser um dos artilheiros deste
Mundial, fez tudo bem para chegar ao topo da lista de artilheiros, mas
Eduardo mostrou o porquê de ser, até então, o único goleiro que
ainda não tinha tido o desgosto de ir buscar a bola ao fundo das redes.
Duas defesas soberbas que sossegaram o último reduto português e que
serviram de trampolim para a resposta portuguesa.
Vento a favor dos Navegadores
O primeiro aviso foi um arremate de Tiago que Iker Casillas não conseguiu agarrar à primeira e o guardião espanhol passou por um susto ainda bem maior, aos 28 minutos. Cristiano Ronaldo tentou um daqueles seus chutes de muito longe e a bola parecia destinada a abraçar as redes, mas o goleiro do Real Madrid não se deixou enganar com tanta facilidade.
Portugal estava melhor, a crescer no jogo, e
se o início da primeira parte foi “furioso”, no final dos primeiros 45
minutos foram os Navegadores que tiveram o vento a seu favor.
Hugo Almeida, em excelente posição, não conseguiu acertar o cabeceamento
(39 minutos) e o meio-campo foi imitado por Tiago, pouco depois,
quando o meio-campo cabeceou ao lado depois de (mais) um grande cruzamento de
Fábio Coentrão.
Só faltavam mesmo os
gols a um grande espectáculo e a festa não esteve longe de se fazer no
sexto minuto da segunda parte. Hugo Almeida conduziu o contra-ataque e
tentou a assistência para Ronaldo, com o corte de Carles Puyol a não
terminar no fundo do gol espanhol por muito pouco.
Eduardo e Villa para sempre
Começava o jogo dos bancos: Queiroz lançava Danny para o lugar de Hugo Almeida, Fernando Llorente substituía Torres. E se o português logo deu calafrios à defesa adversária, mas em fora-de-jogo, o que dizer da perdida do atacante espanhol, que cabeceou para mais uma defesa de Eduardo na primeira vez que tocou na bola?
Não parecia haver forma de ultrapassar o goleiro luso, mas a
história do Mundial mudou aos 63 minutos. A simplicidade de Iniesta
transformou-se em classe com o toque de calcanhar de Xavi que lançou
Villa para a história. O futuro jogador do Barcelona não ultrapassou
Eduardo à primeira – mais uma defesa impossível – mas no rebote
conseguiu o gol. Chegou ao quarto gol no Mundial, igualando o
argentino Gonzalo Higuain e o eslovaco Robert Vittek, e levou Eduardo ao
desespero pela primeira vez no torneio.
À
entrada dos últimos 20 minutos, Sérgio Ramos subiu pelo lado direito,
passou por Coentrão e sacou um chute de pé esquerdo que parecia não
ter defesa, mas lá estava o Eduardo de sempre a fazer o que parecia
impossível. E o que dizer da defesa do guardião português, aos 77
minutos? Foi Villa, claro, de longe a tentar o quinto gol na Copa, mas
Eduardo queria manter o sonho português bem vivo.
Villa decidiu mudar de papel aos 86 minutos,
quando, com um cruzamento perfeito, ofereceu o gol a Llorente, mas o
atacante falhou por pouquíssimos centímetros o
alvo. O tempo para a recuperação portuguesa foi passado até que se
esgotou com um arremate em desespero de Ronaldo. Portugal estava fora do
Mundial, a Espanha fazia a festa das quartas de final e soltava as
lágrimas de Eduardo, desolado na relva do Green Point e da qual foi o
último a sair, sob uma salva de palmas de todo o público. Com todo o
mérito.
Ah,e só pra Manter a tradição...
Ah,e só pra Manter a tradição...
Ronaldo Só Tem 1,E Ele É BRASILEIRO!
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